Guru do software livre, Jon “maddog” Hall completa 62 anos
Uma das pessoas mais acessíveis do mundo da tecnologia – que o digam os participantes de eventos pelo mundo que se aproximam dele e são sempre atendidos – completa hoje 62 anos. Jon “maddog” Hall, diretor executivo da Linux International, é figura certa nas edições nacionais e internacionais da Campus Party, do fórum internacional software livre, em Porto Alegre, e em muitos outros encontros de tecnologia. Fora das palestras, é fácil achá-lo: um senhor de óculos e olhar vivo, cabelos – em geral revoltos – e barba brancos. Haverá sempre uma ou mais pessoas em volta e, muito provavelmente, tirando fotos com ele – o que já virou diversão entre os participantes.
O apelido “maddog” (cachorro louco, em inglês) é do tempo em que ele era chefe do departamento de Ciências da Computação da Hartford State Technical College e foi dado pelos alunos, de acordo com o perfil de Hall publicado no site da Koolu, empresa da qual ele foi diretor-executivo e embaixador, já encerrada, dedicada a criar dispositivos de baixo custo movidos a software livre. “O apelido é de uma época em que eu tinha menos controle sobre meu temperamento”, teria dito Hall, explicando que prefere ser chamado pelo nome – mas atende a ‘cachorro louco’, também.
Ele está na indústria da computação desde 1969, tendo trabalhado com todo tipo de computadores e, ao longo do caminho, atuado como programador, administrador de sistemas, professor universitário, gerente de produto, gerente de marketing técnico e autor. E como “criador de problemas” – disse em março deste ano em umaentrevista.
Desde 1977, dedica-se exclusivamente a sistemas Unix ou baseados em Unix. “Quando conheci Linus Torvalds, em 1994, comecei a promover o Linux mais ou menos em tempo integral”, contou. E desde 1991, corre o mundo promovendo o software livre, ajudando companhias e governos a ganhar ou economizar dinheiro com plataformas abertas.
“maddog” também trabalha com a Futura Networks, empresa que produz a Campus Party, o grande encontro de internet e cultura digital, que se realiza anualmente em países como Espanha, Brasil, México, Colômbia, entre outros. Além de prestar consultoria para várias companhias, Hall tem se dedicado também ao Projeto Cauã, que tem “o potencial de criar milhões de empregos hi-tech ao redor do mundo”, segundo ele.
O guru do software livre, cujo carro tem a placa UNIX, foi um campuseiro na última edição da Campus Party Brasil em São Paulo: ocupou uma barraca e até participou da flash-mob promovida na madrugada, vestindo seu roupão. Bem-humorado, desfilou com um boné de pinguim no fisl 13, em julho – aliás, ele tem o mascote do Linux tatuado no braço direito. E Jon maddog Hall é, agora, um homem “sem segredos”, em suas palavras. No dia 24 de junho deste ano, num post histórico na Linux Magazine, em homenagem ao matemático britânico Alan Turing – que, por ser gay, foi humilhado, afastado do trabalho e, por fim, suicidou-se – maddog ‘saiu do armário’ e declarou:eu sou, também, homossexual.