Google vai construir seu próprio cabo submarino no Atlântico
O Google vem investindo fortemente em infraestrutura no fundo do mar: em junho, a empresa ativou seu primeiro cabo submarino no Brasil para melhorar a conectividade na América Latina. Nesta terça-feira (17), a companhia anunciou os detalhes do Dunant, que liga os Estados Unidos e a França, com um detalhe importante: ele será o primeiro cabo transatlântico particular.
Em regra, os cabos submarinos intercontinentais, até por serem bem caros, são construídos em parceria com operadoras de telecom. O Monet, que liga o estado da Flórida às cidades de Fortaleza (CE) e Santos (SP), teve custo estimado em US$ 400 milhões e é gerido por um consórcio que inclui Google, Angola Cables, Algar Telecom e Antel, por exemplo. Por que o Google resolveu fazer um cabo particular desta vez?
Segundo o Google, há três motivos principais: o cabo pode ser projetado para oferecer o melhor desempenho e a menor latência para os clientes do Google, com uma rota que passe pelos data centers da própria empresa; a capacidade de banda é planejada de acordo com as necessidades atuais e futuras da companhia; e é possível garantir a conectividade por um certo tempo (um cabo submarino tem vida útil de 15 a 25 anos).
O Dunant, nomeado em homenagem a Henri Dunant, ganhador do primeiro Nobel da Paz e cofundador da Cruz Vermelha Internacional, liga a cidade de Virginia Beach (a empresa possui um data center no estado) à costa da França, o que deve melhorar a conectividade aos servidores do Google na Alemanha, nos Países Baixos e especialmente na Bélgica.
A expectativa é que o Dunant entre em funcionamento em 2020. Até lá, outros cabos submarinos com investimentos do Google deverão começar a operar, sendo dois deles no Brasil: o Tannat tem 2 mil km de extensão e complementa o Monet, ligando Praia Grande (SP) a Maldonado (Uruguai); já o Júnior vai ligar a cidade do Rio de Janeiro à Praia Grande. Ambos serão ativados ainda este ano.